Comunicado de imprensa
A primeira publicação da ONU sobre a situação dos
povos indígenas do mundo revela estatísticas alarmantes sobre pobreza, saúde,
trabalho, direitos humanos, meio ambiente, entre muitas outras.
Os povos indígenas são um
terço dos mais pobres do mundo e
sofrem com condições alarmantes em
todos os países.
Foto: Internet. |
Os povos indígenas ao redor do mundo continuam
sofrendo com taxas desproporcionais de pobreza, problemas de saúde, crime e
abusos dos direitos humanos.
• Nos Estados Unidos, um indígena americano
é 600 vezes mais suscetível a contrair tuberculose e 62% mais suscetível a
cometer suicídio que a população em geral.
• Na Austrália, uma criança indígena tem
expectativa de vida 20 anos menor que um australiano não-indígena. Essa
diferença da expectativa de vida também é 20 anos menor no Nepal, enquanto na
Guatemala é de 13 anos e na Nova Zelândia, de 11 anos.
• Em áreas do Equador, povos indígenas
possuem um risco 30 vezes maior de ter câncer de garganta que a média nacional.
• Mundialmente, mais de 50% dos adultos
indígenas sofrem de diabete tipo 2, um número que tende a crescer.
Estas são apenas algumas estatísticas que se
encontram na primeira publicação da ONU sobre as condições dos povos indígenas
do mundo, que faz avaliação completa da situação das comunidades indígenas em
áreas como saúde, pobreza, educação e direitos humanos.
A população indígena é de aproximadamente 370 milhões
de pessoas - em torno de 5% do total mundial – e constitui mais de um terço das
900 milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza em áreas rurais do mundo.
Diariamente, comunidades indígenas sofrem com a violência e a brutalidade,
políticas de assimilação, desapropriação de terras, marginalização, remoção
forçada ou realocação, negação dos seus direitos a terra, impactos causados
pelo desenvolvimento em larga-escala, abusos de forças militares e uma série de
outras injustiças.
Condição alarmante da saúde dos povos indígenas
As estatísticas publicadas ilustram a gravidade da
situação tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento.
Nutrição precária, acesso limitado a cuidados médicos, falta de recursos
cruciais para o bem-estar e a contaminação dos recursos naturais são fatores
que contribuem para o precário estado da saúde da população indígena do mundo.
De acordo com o relatório:
• A expectativa de vida da população
indígena é 20 anos menor que a média.
• A comunidade indígena possui níveis
desproporcionais de mortalidade infantil e materna, desnutrição, doenças cardiovasculares,
HIV/aids e outras doenças infecciosas como malária e tuberculose.
• As taxas de suicídio na comunidade
indígena, principalmente entre os jovens, são consideradas muito altas em
diversos países. No Canadá, por exemplo, os Inuit sofrem com uma taxa 11 vezes
maior que a média nacional.
Realocação e desapropriação destroem comunidades
indígenas
Uma das maiores ameaças enfrentadas pela população
indígena identificada na publicação é a realocação das comunidades indígenas de
suas terras, territórios e recursos. A publicação detalha alguns exemplos de
realocação, separação e expulsão na Malásia, Indonésia, Havaí, Ruanda, Burundi,
Uganda, República Democrática do Congo e Colômbia.
“Quando a população indígena reagiu e exigiu seus
direitos sofreu abusos físicos, detenções, torturas e até mortes”, diz a
publicação.
A Situação dos Povos Indígenas do Mundo foi escrito
por sete peritos independentes e produzido pelo Secretariado do Fórum
Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas. Para obter mais informações, consulte: < www.un.org/indigenous >. Produzido pelo Departamento de Informação Pública das
Nações Unidas — DPI/2551/L — 09-64058 —
Janeiro 2010. (Versão portuguesa produzida pelo Centro de
Informação das Nações Unidas no Rio de Janeiro).
Saiba mais: