Belford Roxo, Baixada Fluminense.
Foto: Agência Brasil
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Por ONU Brasil
Cerca de 220 mil casos foram notificados em 2012, mas estima-se que outras 60 mil pessoas não foram diagnosticadas, a maioria em cidades.
Uma em cada cinco pessoas afetadas com tuberculose na região das Américas desconhece ter a doença, por não
possuir acesso a serviços de saúde ou pelo fato de a doença não ter sido
detectada corretamente, de acordo com estimativas da Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS/OMS).
Quase
220 mil casos foram notificados em 2012 e estima-se que tenham ocorrido cerca
de 19 mil mortes por tuberculose nas Américas. Estima-se que, para além disso,
cerca de 60 mil pessoas não foram diagnosticados a tempo. Isto não só coloca em
risco a vida das pessoas com a doença, mas também perpetua a transmissão da
tuberculose, gerando problemas sócio-econômicos para as pessoas atingidas e
suas comunidades.
“Chegar
ao diagnóstico e tratamento para todos só pode ser alcançado se todos os
prestadores de cuidados de saúde, organizações comunitárias, parceiros e países
unirem esforços para detectar e tratar essas 60 mil pessoas”, disse a diretora
da OPAS, Carissa F. Etienne, marcando o Dia Mundial da Tuberculose.
“O
acesso universal aos serviços de saúde de qualidade através de sistemas de
saúde baseados em cuidados primários vai ajudar a reduzir a carga de
tuberculose e garantir uma vida longa e produtiva para as pessoas que vivem nas
Américas”, acrescentou.
O
fardo da tuberculose varia por país e está concentrado principalmente nas
populações mais vulneráveis que vivem nas grandes cidades – geralmente em
favelas, onde as condições de vida levam a superlotação, acesso limitado a água
potável e saneamento e acesso limitado a serviços de saúde.
Segundo
a OMS, cerca de 80% da população da América Latina e do Caribe vive em cidades
e uma em cada quatro pessoas vive na pobreza.
No mundo, três milhões sem tratamento
“Ao
cuidar dos 3 milhões de pessoas que não têm o tratamento que necessitam, vamos
promover um futuro melhor para toda a humanidade”, disse o secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon , em sua mensagem para o Dia: “Todos com tuberculose devem ter
acesso aos serviços de que necessitam para o diagnóstico rápido, tratamento e
cura. Esta é uma questão de justiça social.”
Mesmo
quando há o dignóstico, destacou Ban, muitos não têm acesso a um tratamento
eficaz.
“Para
acelerar os resultados, é preciso aumentar o acesso aos serviços de saúde e
mobilizar as comunidades, hospitais e prestadores para atingir mais pessoas e
tratá-las mais rapidamente. Devemos também investir mais em pesquisa para
encontrar ferramentas de diagnóstico, medicamentos e vacinas”, disse o chefe da
ONU.
A
diretora-geral da OMS, Margaret Chan, realizou uma coletiva de imprensa em
Genebra sobre o estado dos esforços globais para tratar a tuberculose, a segunda
doença infecciosa mais mortal do mundo entre os adultos, depois do HIV/aids.
Todos
os anos, a tuberculose mata 1,3 milhão de pessoas pelo mundo e atinge outras 9
milhões.
A
tuberculose, transmitida pelo Mycobacterium
tuberculosis, o bacilo de Koch, é provavelmente a doença
infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil. Estima-se, ainda, que
mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados, embora nem todos
venham a desenvolver a doença. Proximidade com pessoas infectadas, assim como
os ambientes fechados e pouco ventilados favorecem o contágio.
UNAIDS pede acesso precoce aos serviços de testagem e tratamento
de HIV e tuberculose
O
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) fez um apelo
urgente a fim de intensificar esforços globais para assegurar testagem e
tratamento precoce de tuberculose e HIV.
A
tuberculose continua a ser principal causa de morte entre pessoas que vivem com
HIV. Em 2012, estima-se que 1,1 milhão de novos casos de tuberculose ocorrerão
em pessoas vivendo com HIV – com 75% dos novos casos ocorrendo na África.
O
impacto conjunto dessas doenças é devastador para milhões de pessoas e suas
famílias, segunda a agência da ONU. “Isto é inaceitável, pois a tuberculose
possui cura e pode ser prevenida. Ao expandir o acesso à prevenção básica de
tuberculose para pessoas que vivem com HIV, o objetivo de reduzir em 50% o
número de mortes pode ser alcançado até 2015.”
Estudos
mostram que o diagnóstico e o acesso precoce ao tratamento de HIV podem reduzir
em 65% o risco de infecção por tuberculose. Quando o tratamento de tuberculose
é combinado com terapia antirretroviral (TARV), o risco da doença pode ser
reduzido cerca de 90%.
Pessoas
com maior vulnerabilidade devem ter a oportunidade de conhecer seu status e
iniciar o tratamento mais cedo para prevenir a tuberculose ativa. Se pessoas
vivendo com HIV desenvolvem tuberculose ativa, o tratamento imediato de TARV
pode reduzir a chance de morte em cerca de 50%.
Infelizmente,
apesar do conhecimento da importância do diagnóstico e tratamento precoce de
HIV e tuberculose, milhões de pessoas muitas vezes descobrem tarde demais que
estão infectadas.
Fonte: ONU Brasil.