Novo estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(CEPAL) afirma que existem mais de 670 povos indígenas reconhecidos pelos nove
Estados analisados e que ao menos 23,5 milhões de mulheres são afetadas pelas
desigualdades étnicas e de gênero.
América Latina: 23,5 milhões de mulheres indígenas são afetadas por desigualdades étnicas e de gênero. Foto: ONU. |
O documento “Mulheres indígenas na América Latina: dinâmicas
demográficas e sociais no âmbito dos direitos humanos” foi apresentado durante
a XII Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe,
realizada em outubro de 2013 em Santo Domingo, República Dominicana.
O relatório avalia a situação das mulheres indígenas no Brasil, Colômbia,
Costa Rica, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru e Uruguai. O estudo indica
que as mulheres indígenas têm capacidades e potencialidades para agir como
agentes de mudança e geradoras de bem-estar e de desenvolvimento sustentável de
seus povos, mas sofrem discriminações de caráter econômico, étnico, de classe e
de gênero, que se manifestam em múltiplas vulnerabilidades.
A CEPAL pede que os países da região coloquem em prática políticas que
busquem eliminar os fatores que determinam a situação da desigualdade na qual
vivem as mulheres desse grupo, baseadas nos padrões dos direitos humanos e nos
princípios acordados nas recentes conferências multilaterais sobre os povos
indígenas. Para a Comissão, a garantia do exercício dos direitos individuais e
coletivos das mulheres indígenas é indispensável para alcançar a igualdade que
a região busca.
Embora tenha havido progressos no âmbito da educação – mais de 90% dos
meninos e meninas indígenas de 6 a 11 anos vão à escola na maioria dos países
da região – os avanços são insuficientes, afirma o relatório. Menos de 15% das
jovens indígenas de 20 a 29 anos conseguiram terminar o nível escolar
secundário em sete dos nove países analisados – o Brasil faz parte desses sete.
A perda do idioma original como resultado do processo de escolarização
também é um aspecto central da problemática. O documento indica que a
maternidade na adolescência (de 15 a 19 anos) continua sendo maior entre as
jovens indígenas de todos os países analisados, com um patamar que vai de quase
12% no Uruguai a 31% no Panamá. O índice no Brasil é de 27%.
Fonte: ONU: Nações Unidas no Brasil.
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